A primeira semana de janeiro oficialmente começou e, apesar dos protestos de que o ano só começa depois do carnaval, 2020 chegou. O que já é uma época de mudanças de hábitos, renovação e planejamento para todo mundo, em mim está batendo um pouco mais forte, pois dentro de mim cresce um neném.
Pois é, não escapei ilesa de 2019. Finzinho do ano, 45 do segundo tempo, recebo essa noticia: Estou grávida. Agora imaginem enfrentar o primeiro trimestre de gravidez bem no meio das festas de fim de ano... Enjoo não define o que senti no último mês. Mas o primeiro trimestre já está acabando, por aqui já contamos 11 semanas e as coisas acalmaram. Pior, a ficha está caindo. Quando toda sua preocupação é encontrar algo que você consiga comer sem querer colocar seu estômago para fora logo depois, o alarmante fato 'tem uma vida crescendo dentro de mim' fica meio para segundo plano. A única preocupação que passava pela minha cabeça era conseguir ficar um dia inteiro sem vomitar, sem que pra isso eu precisasse estar dopada de DraminB6;
Essa terrível fase veio e passou. E agora, já mais equilibrada, me pego criando pastas no Pinterest com decorações de quartinho de bebê. Os nomes já estão escolhidos claro, apesar de eu não saber o sexo ainda, mas me pego falando eles em voz alta para ir me acostumando ao som. Tudo tão lindo né? Gravidez de filme isso aí, essa é a parte que toda gestante ama contar. A parte que eu quero dividir com quem raios estiver lendo isso aqui é: Eu tenho medo o tempo todo.
É apavorante pensar que em menos de 7 meses vai ter alguém que depende 100% de mim para sobreviver. Aliás, é apavorante pensar que desde já, se eu comer a coisa errada, beber algo mais forte, ou sei lá, tropeçar a cair a mais leve das quedas, isso já pode e provavelmente vai atingir esse serzinho que está crescendo dentro de mim. Lembro de uns dias atrás, levantar rápido da cama e ficar tonta. Resultado disso? Mariana direto pro chão com direito a bater a cabeça na maçaneta da porta do quarto. Eu estava preocupada comigo? Nem um pouco. Eu estava em pânico de naquela queda ter matado meu bebê. Eu chorava de vontade de invadir um laboratório e exigir que eles fizessem uma ultrassom só pra eu ter certeza que estava tudo bem.
Agora, suponhamos que eu consiga passar pela gravidez e esse neném nasça com saúde (e os anjos digam amém!). Como faz para não matar ele no primeiro banho? E o umbiguinho, cai sozinho? Como raios eu vou saber diferenciar o choro de cólica, peito e sono? Vou conseguir amamentar? E de interrogação em interrogação eu caio em um espiral de pânico que só o abraço do meu marido para me tirar dali. Agora, eu nem por um momento penso que estarei sozinha. Minha rede de apoio, graças aos céus, é muito boa. Terei minha mãe, sogra, cunhada e mais um batalhão de mulheres por perto, prontas para segurar minha mão, dar dois tapas na minha cara se preciso for, e me fazer passar por isso sem grandes acidentes. E ainda assim eu surto de leve de vez em quando. Quem romantiza a gravidez nunca engravidou e quem romantiza a maternidade só pode que nunca teve filho ou que outra pessoa o criou.
Enfim, eu queria por um pouco disso pra fora e quem sabe conseguir os comentários de uma ou outra mãe que surtou ou surta feito eu, alguém para dizer: É uma loucura mesmo, dá medo mesmo, você não vai ser uma mãe pior por estar com medo.
Eu não vejo a hora de ter meu neném nos braços, de viver essa experiencia aterrorizante chamada maternidade. De ouvir o primeiro mamãe, ver os primeiros passinhos e achar fofo até os puns que ele soltar. Espero não surtar no caminho e espero que, caso eu surte (é bem provável), meu neném não tenha medo de ter uma mãe surtada.
Cada passinho dessa aventura eu vou registrar, em texto, foto, colagem, diário, blog... como der. Tenho certeza que, nas noites que eu passar insone velando o sono do meu bebê, ler isso vai me confortar de alguma maneira. Vamos juntos então. Nós aqui e quem mais quiser acompanhar.
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